Você não pode botar as expectativas em cima dessas conquistas. Eu acho que não existe uma chave que a gente vira e click, de repente vira adulto. Tem dias que a gente se sente mais adulto do que outros, e aí a gente só se acostuma com as coisas.

A vida real sofre de uma séria falta de GIFs de gatinhos se abraçando.

É muito difícil entrar no clima de natal quando você mora em um país onde, em dezembro, faz quarenta graus nasombra. Sinto outra gota de suor quente descendo pelas minhas costas enquanto tento sobreviver no ônibuslotado a caminho do curso de inglês.

Essa é a minha família. E o melhor é que foram eles que me escolheram.

Sabe quando sua mãe avisa para levar guarda-chuva e você diz que não quer levar e ela diz "bom, você que sabe" e isso pesa mais do que qualquer coisa, porque de repente se tudo der errado a culpa é totalmente sua? É assim que eu me sinto em relação ao sexo. É como se Deus estivesse me dando o sermão do guarda-chuva, e se eu pecar a culpa é minha.

Quando penso em Arthur, eu fico feliz por alguns segundos até escutar uma voz dizendo que, com a família que eu tenho, eu não deveria estar tão feliz assim. Daí eu fico triste, mas escuto outra voz dizendo que nem tudo está perdido e que preciso aproveitar o momento de agora e, bem, ser feliz. E aí volta tudo de novo.

Nem sempre a família que nasce com a gente vai nos entender. Nem sempre eles vão ficar do nosso lado para sempre. Mas isso nunca vai te impedir de escolher uma família nova.

Eu preciso entender que é possível ser gay e também ser feliz.

De alguma forma, receber a validação de um gato faz com que eu me sinta muito feliz.

It's done. The word is out. The same way things changed when Caio said, "I'm gay," things change when I say, "I'm fat." Because *fat* is the kind of word people try to hide, no matter the cost. Everyone says "chubby" or "big boned," but never "FAT." *Fat* is a word you can never take back. When you declare something, even if it's obvious to everyone already, it becomes real.